quarta-feira, 28 de março de 2007

O preço da ignorância

Sem sombra de dúvida, a ignorância é responsável por grandes males e sofrimentos dos indivíduos e de sociedades. Podemos até afirmar que a ignorância é a mãe de tudo o que não presta; em outros termos, a ignorância é a raiz da maioria dos males ou talvez, de todos os males.
Mas, o que é a ignorância? O que leva a ignorância? Quem ganha com a ignorância? Essas questões merecem reflexão, quando nos damos conta de que vivemos num mundo marcado por informações, tecnologias, conflitos, desigualdades e exclusão.
Merece, portanto, discussão, o tema da ignorância, especialmente na nossa sociedade fundada no mercado, nos interesses particulares acima dos interesses públicos. Ou seja, predomina os interesses de uma minoria privilegiada, detentora dos meios de produção, que vive à custa da exploração e da ignorância da maioria. É bom lembrar que tal ignorância é alimentada, produzida, reforçada e expandida pelas várias sociedades.
O conceito de ignorância, conforme o Dicionário Melhoramentos (1992, p268 ) significa falta de instrução, de saber. Pois é, a ignorância permeia em grande parte das sociedades, todavia, não é por acaso: há quem se beneficie da ignorância, de modo que até promove, muitas vezes sub-repticiamente, de forma que as pessoas, em geral, não se dão conta que são, em grande parte, preparadas para não saberem muita coisa, para que não tenham conhecimentos suficientes sobre a realidade do mundo a sua volta e dos interesses escusos que mantém a ignorância.
Nosso mundo marcado pela contradição entre o desenvolvimento tecnológico e a ignorância. Enquanto se tem a tecnologia e a informação, especialmente com o avanço dos meios de comunicação, da internet e de diversas formas favoráveis ao conhecimento mais amplo, grande parte da população é mantida na quase completa falta de conhecimentos suficientes para mantê-los como cidadãos dignos e libertos.
É bom que se saiba: informação não é conhecimento. Grande quantidade de informações não significa conhecimento.
O preço da ignorância é a miséria e a exploração e toda forma de mazela que levam as pessoas a situações cada vez mais deprimentes como a violência, a prostituição, a corrupção, o a bandidagem, o desrespeito aos direitos humanos , o estress, a humilhação, dentre outras situações inaceitáveis do ponto de vista ético e moral.
Diante de tanta ignorância, pergunta-se: o que fazem as escolas e universidades, as instituições políticas, religiosas e jurídicas? Como se pode aceitar uma situação tão injusta de concentração de riquezas para uns poucos, enquanto há miséria absoluta para grande parte da sociedade? E Você, como tem contribuído para continuar como está essa realidade? Ou tem buscado alguma mudança? De que forma?
Desde já, é importante que se tenha noção de que os meios de comunicação em geral nem sempre contribuem para a informação e muito menos para o conhecimento. É preciso saber selecionar as informações, questionar as notícias e buscar perceber a ideologia que está por trás de cada noticia veiculada. Tudo isso para que você não seja manipulado junto com a maioria da população.
É fundamental ter a clara noção de que estar numa escola ou numa faculdade não significa que está bem informado e produzindo conhecimento original e com responsabilidade. É imprescindível selecionar informações, ler com muita atenção, questionar e pesquisar.
É necessário antes de tudo estar aberto para o conhecimento, ter a humildade para reconhecer que nada sabe e buscar sempre o aperfeiçoamento. Não se deve estudar por obrigação e muito menos por causa de um diploma para buscar vagas no mercado de trabalho.
Conhecer é indispensável, mas estudar somente na intenção de aprender técnicas criadas para manter as pessoas ignorantes e fadadas ao trabalho continuo e produtivo para perpetuação da exclusão e da desigualdade social é um crime para a humanidade.
Você estuda para que? Ou seria melhor perguntar: Você está na escola ou na Universidade para que?